quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Abaixo-assinado Somos contra o maior escândalo deste País, o KIT GAY

Amigos,

Desculpem o tempo sem posts...

Bom, como este blog é um espaço para pensarmos, estou trazendo à tona um assunto que merece nossa reflexão. Segue um link de uma reportagem do jornal Correio Braziliense sobre um material didático contra homofobia, como está sendo chamado pelo MEC:

A pergunta que não quer calar é: Este material é contra a homofobia ou está fazendo apologia (ou propaganda) ao homossexualismo? 


É sabido que Deus, em sua Palavra (a Bíblia), condena o homosexualismo. Mas Deus não tem preconceito contra ninguém, Ele ama as pessoas (João 3:16 diz: "Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna."). 


Independente disso, vamos pensar se queremos que nossos filhos tenham acesso a um material como esse nas escolas... Claro que deve haver estratégias de educação nas escolas contra qualquer tipo de preconceito (não só contra homossexuais), mas precisamos pensar sobre o tipo de material que deve ser usado.  Comentem... 


Para aqueles (como eu) que não querem que materiais deste tipo sejam exibidos a crianças/adolescentes em formação, segue um link para um abaixo-assinado contra a produção/distribuição do mesmo:

Abaixo-assinado Somos contra o maior escândalo deste País, o KIT GAY


Um dia abençoado para você!


quarta-feira, 7 de abril de 2010

Outro Prisma

Sou crente.

Sou casado, e não traio minha esposa; Não fumo nem bebo; Não jogo em loterias ou jogos de azar; Não me divirto em boates e shows de vários grupos que estão “bombando” por ai.

Muitos de meus amigos se afastaram de mim, talvez porque eu evito ficar contando ou ouvindo piadas picantes, falar palavrão ou falando de mulheres alheias; talvez porque não saio com eles procurando garotas pra “ficar”... sei lá!

Não tenho muito dinheiro e perco muitas oportunidades porque não minto, não promovo minha imagem, nem uso do “jeitinho brasileiro”, ou das “brechas da lei” para me beneficiar, como muitas pessoas fazem e vão crescendo na vida rapidamente.
 Algumas pessoas ficam debochando do fato de eu ser crente... soltam gracinhas, piadinhas... outras acham que sou um hipócrita, que tudo é só fachada... às vezes estas coisas vem dos próprios familiares, e causam tristeza...

Se erro com alguém, tenho que pedir perdão; Se alguém erra comigo, tenho que perdoar, mesmo que a pessoa não tenha me pedido desculpas, ou que eu tenha me prejudicado muito.

Leio a Bíblia rotineiramente, obedeço seus mandamentos... restrinjo muitas coisas da minha vida por causa dos seus mandamentos; Todo mês eu entrego 10% do que ganho. Todo domingo acordo de 6 da manhã para ir pra escola dominical da igreja, e vou à noite para um culto também.

Dedico boa parte do meu tempo à igreja, tempo este em que poderia estar descansando ou me divertindo;

Se eu morrer agora, terei deixado de aproveitar muitos prazeres que a vida oferece...

Mas, olhando por outro prisma...

Eu aproveito e me deleito com um casamento estável, com uma mulher maravilhosa a quem amo muito e não troco por nenhuma outra no mundo, e para a qual tenho prazer e saudades de voltar a cada dia pra casa; Não preciso de bebidas, boates ou quaisquer outras “diversões” deste tipo para me sentir feliz ou alegre... Encontro prazer nas coisas de Deus, e me realizo nelas; Ah, me divirto com coisas saudáveis, que não vão me fazer mal...

Agora tenho amigos de verdade, que são mais chegados que irmãos... amigos que edificam minha vida, querem o meu bem realmente... não querem somente alguém pra sair e tirar onda... mas que se preocupam comigo, com minha vida em todos os aspectos... que me corrigem se eu errar, e torcem e oram pelo meu crescimento espiritual.

Vivo bem com o que Deus me dá; Percebo Sua Graça em tudo o que tenho, por pouco que seja, e agradeço a Ele por tantas bênçãos que Ele derrama em minha vida; Além disso, ponho minha cabeça no travesseiro todo dia com a consciência limpa e com a certeza que agradei a Deus e que não prejudiquei ninguém.

O fato de ser crente tem abençoado a minha vida e a vida da minha família. Tem também feito diferença na vida de outras pessoas, apesar dos deboches... e muitas pessoas que debocharam no passado hoje me respeitam e até se aproximaram do evangelho...

Através do pedido de perdão aprendo a ser humilde, a através do perdoar me liberto das amarras do rancor. Isto só me faz crescer e melhorar como pessoa.

Desfruto de um dos maiores prazeres da vida que é conhecer o Criador de forma pessoal, através da leitura da Bíblia e da oração. Alegro-me porque sei que as instruções da Palavra de Deus são para o meu bem, são para evitar que eu me dê mal... confio nisto e considero uma graça maravilhosa de Deus! Tudo o que restrinjo em minha vida não me acrescentaria nada de importante, pelo contrário, só iria me causar mal se eu fizesse.

Fico radiante em saber que tenho o privilégio de adorar a Deus com tudo o que sou e o que possuo, e que posso adorá-Lo devolvendo-Lhe uma parte de meu salário que Ele mesmo me propiciou na Sua misericórdia. Descanso na dependência de Deus e em Suas promessas, sabendo que este valor não vai me fazer falta, por que é Ele quem me dá o sustento. Alegro-me em saber que estes recursos vão contribuir para o crescimento da igreja do Senhor e também servirá para ajudar os necessitados.

Rapaz... fico ansioso pela chegada de um dia da semana em que posso me dedicar plenamente ao meu Deus... Como é bom meditar em sua Palavra com outros irmãos, compartilhar da comunhão... é bênção que não tenho nos outros dias!

É um privilégio pra mim servir a Deus na igreja, ser canal de bênção e instrumento do Espírito para Sua obra... só quem já sentiu esta sensação maravilhosa sabe do que estou falando!!!

Enfim... se eu morrer agora, eu sei pra onde eu vou... e esta certeza me faz a pessoa mais feliz do mundo!


sexta-feira, 12 de março de 2010

Passeio Socrático

Um amigo e irmão meu chamado Francisco Júnior me enviou este texto muito reflexivo....

PASSEIO SOCRÁTICO

Frei Betto


Ao viajar pelo Oriente mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão.


Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelo produz felicidade?'


Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...'.


'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!'

Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.
Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito.


Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?


Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual.. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...

A palavra hoje é 'entretenimento'. Domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, calçar este tênis, ¬ usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!' O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba¬ precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.


O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental, três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.


Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shoppings centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...
Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald...


Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático. Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz!"

Obrigado, Francisco!

Para refletir: "Como entramos neste mundo, assim também saímos, isto é, sem nada. Apesar de todo o nosso trabalho, não podemos levar nada desta vida." Eclesiastes 5:15

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Pós-modernidade (III)

Responda sinceramente para você mesmo:
  • Você começa a ficar impaciente quando a lanchonete ou restaurante fast-food que você comprou demora mais de 5 minutos para entregar sua comida?
  • Já conseguiu passar mais de uma semana sem comprar nada que não seja essencial (comida, água, etc)?
  • Debateu amigavelmente sobre seu "ponto de vista" com outras pessoas com pontos de vista diferentes a respeito de religião, moral, ética, etc?


Se você é como eu, então respondeu positivamente a pelo menos 2 destas perguntas, confirmando que você é um pós-modernista, ou seja, está vivendo no período chamado de pós-modernidade.

As perguntas acima parecem ser triviais, do tipo "quem não faz isso?", mas - acredite - nem sempre foi assim. Estamos vivendo um período histórico em que estas coisas são "normais", tão normais a ponto de  estranharmos se não fossem assim.

Seguindo a linha de raciocínio dos posts anteriores, vamos tentar entender (um pouco, pelos menos) o que caracteriza esta tal "pós-modernidade", e como ela nos afeta, percebendo que, por mais difícil que seja, não somos obrigados a seguir com a correnteza, mas podemos "remar contra a maré", se nos conscientizarmos que o que está posto não é o melhor para nós.

Portanto, seguem abaixo alguns poucos pontos que caracterizam esta cultura em que estamos inseridos... leiam tentando refletir sobre a influência destes fatores em nossa vida, e se realmente precisamos disto.

Geração fast-food
Sem perceber, queremos tudo pronto o mais rápido possível, e, de preferência, sem esforço algum de nossa parte. É o conceito de fast-food. Mas não se resume apenas a isso... basta lembrarmos de certos livros que se propõem a resolver problemas enormes em “10 dias” (ou menos), de métodos de emagrecimento instantâneos, aos "miojos" que compramos em supermercados, etc. 

Hedonismo
A humanidade vive hoje uma busca intensa e infindável pelo prazer. É isso que significa a palavra Hedonismo. Esta “necessidade” cada vez maior de obter prazer nos leva a tomar atitudes egoístas, e às vezes até desumanas. Afinal, como diz o refrão de uma música: “eu só quero é ser feliz...”. Nossa vida e atitudes diárias são inconscientemente regidas por esta busca de satisfazermos a nós mesmos.

Verdade Relativa
Outra característica predominante deste momento cultural é a verdade “relativa”, que diz que cada um tem a sua verdade, e não devemos nos contrapor a "verdade" do outro. Isto é, se você quiser acreditar nisto, mas se sua verdade for outra, tudo bem... não vou me "opor" a você. Afinal, cada um tem sua opinião, não é? :-(

Combate às tradições e regras da sociedade
Quase como conseqüência da relativização da verdade, veio o confronto às tradições e regras da sociedade. Afinal, se eu mesmo posso ter minha verdade, então nesta minha verdade não cabem certas regras sociais e tradições, especialmente as que não me são convenientes.

Rejeição à autoridade
Da mesma forma que confrontamos as tradições e regras, também repudiamos as autoridades instituídas. Talvez esta seja uma das características mais notadas e mais danosas da pós-modernidade. Freqüentemente acompanhamos no noticiário crianças, adolescentes ou jovens que não respeitam seus pais, professores, ou qualquer outra autoridade instituída. Discutir os impactos disso pede um (ou vários) outro post.

Não estou propondo uma ruptura total com a pós-modernidade (até porque seria praticamente impossível), mas apenas trazer à discussão o fato de que não precisamos necessariamente ser assim. Houveram diversos outros períodos da história onde as pessoas não agiam da mesma forma de hoje, e não eram menos felizes por causa disto. Mas vamos continuar esta discussão em outros posts.

Um artigo bastante forte e interessante sobre este tema ilustra bem o que estamos vivendo (com algumas alterações para adequar o conteúdo):
"Nossa sociedade é regida mais do que pela ânsia de “espetáculo”; existe a ânsia de prazer a qualquer preço [...] O superego pós-moderno “tudo vale” e “tudo deve porque pode”. Todos se sentem na obrigação de se divertir, de “curtir a vida adoidado” e de “trabalhar muito para ter dinheiro ou prestígio social”, não importando os limites de si próprio e dos outros.  As pessoas se sentem no dever de se vender como se fosse um prazer, de fazer ceia de natal em casa à meia noite, de comemorar o gol que todo mundo está comemorando, de curtir o carnaval nos 3 ou 4 dias, de seguir uma religião, de usar celular sem motivo concreto, de gastar o dinheiro que não têm, de fazer sexo a noite toda porque todos dão a impressão de fazê-lo, de fazer cursos e mais cursos, ascender na empresa, escrever mil e um artigos por ano na universidade, enfim, todos parecem viver na “obrigação” de se cumprir uma ordem invisível, e de ser visivelmente feliz e vencedor. O senhor invisível que nos manda é o superego pós-moderno; “ele manda você sentir prazer naquilo que você é obrigado a fazer”. E, ai daquele que não consegue, ou que se nega seguir a moral de rebanho, pagará de três modos: será estigmatizado pelos seus pares (“Ele quebrou o código, é um traidor do super-ego pós-moderno!”), ou pagará com um terrível sentimento de culpa ou, ainda, sofrerá os sintomas de uma doença psicossomática."

Por fim, gostaria de reforçar que não somos obrigados a engolir este estilo de vida e esta maneira de pensar, por mais que seja difícil discerní-lo e agir diferente. Mas se ficarmos atentos às nossas atitudes e à maneira como pensamos, podemos escapar de algumas "arapucas" da pós-modernidade:

"Não adianta armar uma arapuca enquanto o passarinho estiver olhando." (Provérbios 1:17)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Pós-modernidade (II)

Este texto foi escrito por meu grande amigo e irmão Reginaldo... leiam e comentem... ainda vai ter mais...

Queria dizer que dois dos pontos da pós modernidade se chamam a "tolerância" e "descrédito das instituições" e é muito interessante percebermos como esses conceitos sutilmente têm entrado nas mentes das pessoas "afrouxando" seus princípios morais e éticos.
 A TOLERÂNCIA é o que nos faz não ter mais coragem de abordar critica e inteligentemente questões como a homosexualidade, questões raciais, o preconceito e a impunidade. Ela tem nos feito achar normal coisas como a parada gay bastando apenas evitar cruzar o seu caminho para deixar em paz aqueles que pensam diferente nos abstendo de colocar de forma pertinente os valores do Reino em debate ou até mesmo confrontar.
Ao contrário. Hoje o que vemos são os cristãos gastando toda a sua "energia crítica" em buscar desesperadamente defeitos e pontos negativos em seus irmãos na fé impedindo que a igreja avance em meio ao mundo caído, e muito pelo contrário, se autodestrua.
O DESCRÉDITO DAS INSTITUIÇÕES pode parecer à primeira vista algo que não tem nada a ver comigo e com você. Mas vejamos o que acontece com a instituição básica da humanidade instituída por Deus, a família.
Será que hoje não está virando normal que a família seja apenas algo útil? Marcada pelo pragmatismo a nossa idéia de família limita-se a utilidade dela para nós enquanto ela nos veste, abriga e alimenta. Após as pessoas conseguirem prover essas necessidades básicas por si mesmas a família perde toda a influência sobre, principalmente, os jovens que passam a viver uma liberdade exarcebada e pegirosa permeada pela tolerância sem princípios ou com a famosa relativização da verdade: "Agora sou livre para achar verdade o que eu quiser. Ninguém interfere na minha verdade e eu não interfiro na verdade de ninguém. E a família que já não me veste, abriga e alimenta não pode mais dizer nada sobre minhas atitudes".
Isso é tão sutil que até os pais numa tentativa desesperada de impedir essa independência dos seus filhos usam argumentos deturpados para reivindicar sua autoridade, argumentos postos em descrédito pelo pensamento a pós moderno. Os pais dizem: "Enquanto você viver aqui eu nós pagarmos suas contas você faz o que nós dissermos". Infelizmente esta linha de argumentação é o que conduz os jovens de hoje a buscarem o dinheiro o emprego os concursos públicos e tudo nessa linha como uma forma desesperada de poder ter a liberdade de pensar, agir e argumentar. Viver com os pais após uma certa idade passou a ser coisa de pessoas que não conseguiram o sucesso ou que não possuem iniciativa.
 Estamos hoje vivendo um verdadeiro caos que começa a se tornar um ciclo perigoso para a manutenção da sociedade. Mais do que nunca os líderes das instituições deve prezar mais pelo relacionamento do que pelos resultados. Seja nas famílias ou nas igrejas a busca por resultados, objetivos ou metas em detrimento do amor, relacionamento e convivência (o que sempre gerou um sucesso natural dessas instituições) tem matado e implodido todo o potencial benéfico das mesmas na sociedade.
Se faz necessário aprender a viver no contexto pós moderno e mudar radicalmente a ênfase de pragmática para uma ênfase de relacionamentos e amor. Os pais ou pastores que quiserem fazer suas famílias ou igrejas progredirem tem de evitar em primeiro lugar planos, métodos, sistemas e receitas e voltar desesperadamente a amar as pessoas que fazem parte das suas instituições assim como Jesus fez sempre, a depender de Deus para definir seus próximos passos.
Não me lembro de nenhum texto bíblico onde Jesus ou os discípulos ensinem a mim e a você os "N passos" para o sucesso. Eles com certeza tinham seus planejamentos e é notório ver que houve um pensamento coordenado nas ações para o crescimento do reino, mas nunca a prioridade estava nos planos, mas sim nas pessoas. Eles sempre souberam que os planos vinham do Senhor nos momentos necessários. E se preocupavam em amar. Assim como Paulo orientou o "caminho sobremodo excelente" e o resumo da lei de Jesus.
Estamos embutindo o que deveria vir primeiro em nossos planos e planejamentos e não o inverso. Isso consiste no ataque atual à igreja, e a família. E a Pós modernidade tem levado a culpa de tudo isso. Quando na verdade a culpa é toda nossa, sua e minha.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Pós-modernidade (I)

Pós-modernidade... você já ouviu falar? Sabe o que é? Mais importante: sabia que você faz parte da cultura pós-moderna, e que seus pensamentos, idéias e ideais, sentimentos e atitudes são fortemente influenciados pela pós-modernidade?

Usei propositalmente o pronome "você" para chamar sua atenção, mas na realidade a pós-modernidade influencia todos nós, com a mesma força. A diferença está em como reagimos a esta influência.

Para se ter uma noção melhor da amplitude da influência cultural em nossa visão de mundo, vamos pensar em como alguns outros cenários culturais afetaram a visão de mundo da população de outras épocas.

Por exemplo: o povo viking acreditava que só iria para o Valhala (o paraíso viking) quem morresse em batalha, com honra. Então, eles lutavam corajosamente (e também inconsequentemente) suas batalhas, sem se importarem se iriam ter sucesso ou não - afinal, eles não sabiam o que era melhor: se viver uma gloriosa vitória ou morrer e ir desfrutar do paraíso. Quantos fariam isto hoje?

No período medieval as pessoas acreditavam fortemente no inferno, sendo capazes de pagar altas quantias por uma vaga no paraíso (o que era chamado "indulgência", lembra?). Vocé faria isso hoje em dia? Seria um absurdo, não é? Mas as pessoas da época não achavam...

Um pouco mais perto de nossa realidade, se você fosse um branco de classe média-alta que vivesse no Brasil há apenas algumas décadas atrás, provavelmente estaria procurando um novo escravo negro para "comprar" no início o ano (e isto seria completamente normal), talvez para "atualizar seu quadro" de escravos. Impensável hoje, não?

Chegando bem perto de nossa realidade, há apenas poucos anos atrás as pessoas acreditavam no casamento, no valor da virgindade, na autoridade das lideranças vigentes (pais, professores, pastores, etc.), no inferno e no paraíso, na honestidade e honra acima de tudo, etc... parece que faz muuuuito tempo, não é?

Todos estes ideais eram considerados "normais" em seus tempos, inclusive defendidos pelas pessoas assim como defendemos os nossos hoje, sem muitas vezes pensar se fazem realmente sentido ou não. A cultura vigente nos faz perceber certas coisas como "naturais", embora uma análise mais crítica nos faça ver que nem tudo que nos é posto é bom.

A cultura vigente influencia muito nossa cosmovisão... o que é isto? Leia um pouco aqui. Depois debateremos sobre isto também...

Vamos rever nossas "verdades" atuais... será que o que cremos hoje é realmente o melhor? Será que refletimos realmente sobre nossas idéias e ideais, ou absorvemos o que a cultura de hoje nos oferece? Refletir sobre isso vai lhe trazer surpresas...

Para pensar:

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8:32)

Vou escrever outro texto sobre pós-modernidade em seguida, explicando um pouco sobre quais as características deste movimento cultural e a sua influência. Mas por enquanto, vamos comentar um pouco sobre os pontos deste texto, ok?

Pós por quê?


Pós-pensador... o que isto significa?

Pensador porque pensamos... somos seres que raciocinamos, tomamos decisões. Somos responsáveis por nossas decisões e sofremos as consequências delas.

Pós porque nossa sociedade hoje exige uma linha de raciocínio diferente do que estávamos acostumados, para que não sejamos engolidos pela cultura pós-moderna, que prega o livre-pensar, mas ao mesmo tempo, subliminarmente, empurra guela abaixo seus conceitos e princípios, sem que percebamos.

Então, este espaço se propõe a ser um lugar onde se pensa diferente, se questiona o que acontece ao nosso redor e conosco de forma realmente crítica, de forma livre dos conceitos e preceitos que estão se arraigando dentro de nós.

Não é fácil, pois estes ideais estão sutilmente infiltrados em nosso modo de pensar, e não percebemos que eles estão lá. Mas sempre que pensamos, estamos inconcientemente usando conceitos que não são nossos, mas foram absorvidos ao longo da nossa vida.

Para conseguirmos um pensamento mais livre, precisamos analisar nossas questões considerando que nossa linha de pensamento atual não é absoluta nem perfeita, mas que é apenas um modo de pensar em relação a outros pré-existentes, de outras culturas, outros períodos da história, etc. Esta nossa linha de pensamento não necessariamente é a melhor opção de raciocínio, mas apenas uma delas, uma forma de ver a vida.

A partir do momento que percebemos que temos outras opções de pensar a vida, podemos escolher pensar de outra forma, e, deste modo, sermos mais livres no pensar. Não estaremos mais "presos" ao modo de pensar pós-moderno, que nem sempre (na realidade, quase nunca) é a maneira mais inteligente de ver a vida, mas poderemos analisar a vida de uma maneira mais justa e coerente, entendendo melhor as implicações de nossas escolhas.

Uma das questões que mais me angustiam atualmente neste contexto é a idéia de que cada um possui (ou cria) sua própria verdade. Será que isto é verdade? A verdade é relativa, ou há uma verdade absoluta? O que a cultura atual nos faz pensar? Será que temos um pensamento crítico a esse respeito? Já pensamos sobre como/quando/por que surgiu esta idéia de verdade relativa? Vamos discutir isto posteriormente... por enquanto, vamos refletindo sobre o assunto...

Gostaria de construir estes debates com outras pessoas... todos os que desejarem pensar de verdade, e não serem levados pelo que o sistema e a cultura atual nos leva a pensar.

Para começarmos a refletir: Há um texto no livro de Eclesiastes que diz: Tudo o que já aconteceu ou que pode acontecer já aconteceu antes (Ec 3:15). Vamos debater isto futuramente também, mas por enquanto vamos apenas refletir sobre esta frase face a tudo o que nos apresentam como "novidade". Comentários?