sábado, 20 de fevereiro de 2010

Pós-modernidade (III)

Responda sinceramente para você mesmo:
  • Você começa a ficar impaciente quando a lanchonete ou restaurante fast-food que você comprou demora mais de 5 minutos para entregar sua comida?
  • Já conseguiu passar mais de uma semana sem comprar nada que não seja essencial (comida, água, etc)?
  • Debateu amigavelmente sobre seu "ponto de vista" com outras pessoas com pontos de vista diferentes a respeito de religião, moral, ética, etc?


Se você é como eu, então respondeu positivamente a pelo menos 2 destas perguntas, confirmando que você é um pós-modernista, ou seja, está vivendo no período chamado de pós-modernidade.

As perguntas acima parecem ser triviais, do tipo "quem não faz isso?", mas - acredite - nem sempre foi assim. Estamos vivendo um período histórico em que estas coisas são "normais", tão normais a ponto de  estranharmos se não fossem assim.

Seguindo a linha de raciocínio dos posts anteriores, vamos tentar entender (um pouco, pelos menos) o que caracteriza esta tal "pós-modernidade", e como ela nos afeta, percebendo que, por mais difícil que seja, não somos obrigados a seguir com a correnteza, mas podemos "remar contra a maré", se nos conscientizarmos que o que está posto não é o melhor para nós.

Portanto, seguem abaixo alguns poucos pontos que caracterizam esta cultura em que estamos inseridos... leiam tentando refletir sobre a influência destes fatores em nossa vida, e se realmente precisamos disto.

Geração fast-food
Sem perceber, queremos tudo pronto o mais rápido possível, e, de preferência, sem esforço algum de nossa parte. É o conceito de fast-food. Mas não se resume apenas a isso... basta lembrarmos de certos livros que se propõem a resolver problemas enormes em “10 dias” (ou menos), de métodos de emagrecimento instantâneos, aos "miojos" que compramos em supermercados, etc. 

Hedonismo
A humanidade vive hoje uma busca intensa e infindável pelo prazer. É isso que significa a palavra Hedonismo. Esta “necessidade” cada vez maior de obter prazer nos leva a tomar atitudes egoístas, e às vezes até desumanas. Afinal, como diz o refrão de uma música: “eu só quero é ser feliz...”. Nossa vida e atitudes diárias são inconscientemente regidas por esta busca de satisfazermos a nós mesmos.

Verdade Relativa
Outra característica predominante deste momento cultural é a verdade “relativa”, que diz que cada um tem a sua verdade, e não devemos nos contrapor a "verdade" do outro. Isto é, se você quiser acreditar nisto, mas se sua verdade for outra, tudo bem... não vou me "opor" a você. Afinal, cada um tem sua opinião, não é? :-(

Combate às tradições e regras da sociedade
Quase como conseqüência da relativização da verdade, veio o confronto às tradições e regras da sociedade. Afinal, se eu mesmo posso ter minha verdade, então nesta minha verdade não cabem certas regras sociais e tradições, especialmente as que não me são convenientes.

Rejeição à autoridade
Da mesma forma que confrontamos as tradições e regras, também repudiamos as autoridades instituídas. Talvez esta seja uma das características mais notadas e mais danosas da pós-modernidade. Freqüentemente acompanhamos no noticiário crianças, adolescentes ou jovens que não respeitam seus pais, professores, ou qualquer outra autoridade instituída. Discutir os impactos disso pede um (ou vários) outro post.

Não estou propondo uma ruptura total com a pós-modernidade (até porque seria praticamente impossível), mas apenas trazer à discussão o fato de que não precisamos necessariamente ser assim. Houveram diversos outros períodos da história onde as pessoas não agiam da mesma forma de hoje, e não eram menos felizes por causa disto. Mas vamos continuar esta discussão em outros posts.

Um artigo bastante forte e interessante sobre este tema ilustra bem o que estamos vivendo (com algumas alterações para adequar o conteúdo):
"Nossa sociedade é regida mais do que pela ânsia de “espetáculo”; existe a ânsia de prazer a qualquer preço [...] O superego pós-moderno “tudo vale” e “tudo deve porque pode”. Todos se sentem na obrigação de se divertir, de “curtir a vida adoidado” e de “trabalhar muito para ter dinheiro ou prestígio social”, não importando os limites de si próprio e dos outros.  As pessoas se sentem no dever de se vender como se fosse um prazer, de fazer ceia de natal em casa à meia noite, de comemorar o gol que todo mundo está comemorando, de curtir o carnaval nos 3 ou 4 dias, de seguir uma religião, de usar celular sem motivo concreto, de gastar o dinheiro que não têm, de fazer sexo a noite toda porque todos dão a impressão de fazê-lo, de fazer cursos e mais cursos, ascender na empresa, escrever mil e um artigos por ano na universidade, enfim, todos parecem viver na “obrigação” de se cumprir uma ordem invisível, e de ser visivelmente feliz e vencedor. O senhor invisível que nos manda é o superego pós-moderno; “ele manda você sentir prazer naquilo que você é obrigado a fazer”. E, ai daquele que não consegue, ou que se nega seguir a moral de rebanho, pagará de três modos: será estigmatizado pelos seus pares (“Ele quebrou o código, é um traidor do super-ego pós-moderno!”), ou pagará com um terrível sentimento de culpa ou, ainda, sofrerá os sintomas de uma doença psicossomática."

Por fim, gostaria de reforçar que não somos obrigados a engolir este estilo de vida e esta maneira de pensar, por mais que seja difícil discerní-lo e agir diferente. Mas se ficarmos atentos às nossas atitudes e à maneira como pensamos, podemos escapar de algumas "arapucas" da pós-modernidade:

"Não adianta armar uma arapuca enquanto o passarinho estiver olhando." (Provérbios 1:17)

Um comentário:

  1. Agora!!! hehehe
    como falei no e-mail... desa vez é só para parabenizar pelo conteudo do blog e dizer que eu gosto muito dos mesmos.
    Deus te abençoe cada vez mais, Val! Esse blog é mais uma ferramenta que pode nos auxiliar no "animar uns aos outros" e a "perseverar na fé".
    Forte abraço.

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